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Gestão de risco: conceito e aplicação no comércio internacional

Gestão de risco

A capacidade de gerenciar riscos de maneira inteligente pode determinar o sucesso ou o fracasso de uma empresa no comércio internacional. A implementação de um sólido programa de estratégias, não só protege a empresa contra possíveis ameaças, mas também proporciona uma base consistente para o crescimento e expansão sustentável. Mas, antes, para compreender melhor essa importância, é fundamental entender o que é a gestão de risco.

A gestão de risco trata-se de um processo sistemático de identificar, avaliar e diminuir ameaças potenciais que podem afetar uma organização. Este processo visa minimizar os impactos negativos e maximizar as oportunidades, garantindo a continuidade e o sucesso das operações. Ela pode ser aplicada em diversas áreas, como finanças, operações, tecnologia, recursos humanos, entre outras.

O primeiro passo é a identificação e envolve reconhecer todas as possíveis ameaças que podem afetar uma empresa, sejam elas financeiras, operacionais, legais, tecnológicas ou ambientais. Alguns métodos como brainstorming, entrevistas, checklists e análises históricas são frequentemente utilizados para essa finalidade.

No contexto do comércio internacional, a gestão de risco é uma extensão das práticas gerais de gestão de risco, adaptada às particularidades e complexidades do comércio além das fronteiras nacionais. Empresas que operam internacionalmente enfrentam uma variedade de ameaças adicionais que precisam ser gerenciadas com segurança para garantir a sustentabilidade e o sucesso de suas operações globais.

Os riscos podem ser variados, incluindo flutuações cambiais, barreiras tarifárias, instabilidade política, problemas logísticos, e questões relacionadas à conformidade regulatória. Uma vez identificados, as possíveis ameaças precisam ser avaliadas em termos de probabilidade e impacto. Esta etapa envolve a análise detalhada de cada risco para determinar quais são mais críticos e exigem maior atenção. Para melhor visualização, ferramentas como a análise SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças) podem ser úteis nesse processo.

Lidando com as ameaças

Com os riscos identificados e avaliados, a empresa deve desenvolver estratégias para reduzir ou gerenciar esses riscos em quatro etapas:

  • Transferência do risco: através de seguros ou a diversificação de mercados. Estabelecendo operações em diferentes regiões, a empresa pode evitar a dependência de um único mercado e reduzir assim o risco associado a flutuações específicas.
  • Aceitação do risco: quando o custo de diminuição é maior que o impacto potencial. Em algumas situações, é mais econômico aceitar o risco e lidar com suas consequências do que investir em medidas preventivas caras.
  • Redução do risco: aqui, a empresa implementa controles e procedimentos para minimizar o impacto do risco. Por exemplo, usar contratos de câmbio para proteger contra a instabilidade das moedas em transações internacionais.
  • Eliminação do risco: alterar ou interromper atividades específicas que apresentam riscos significativos. Manter uma rede de fornecedores alternativa também pode ajudar a evitar interrupções na cadeia de suprimentos.

É importante lembrar que as empresas devem monitorar constantemente o ambiente de negócios internacionais para detectar novos riscos ou mudanças nas ameaças já existentes. Revisões periódicas das estratégias de redução de danos e ajustes conforme necessário são fundamentais para garantir a resiliência das operações comerciais. Essa avaliação pode ser qualitativa, classificando os riscos como altos, médios ou baixos, ou quantitativa, utilizando métricas numéricas para estimar o impacto financeiro dos riscos.

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