O Brasil é o principal produtor/exportador de café do mundo e um dos principais mercados que mais consomem do produto é o continente europeu. A Europa é responsável por 32% do consumo mundial. Sendo assim, como exportar café para Europa?
O continente importa cerca de 54,4 milhões de sacas, e de forma disparada se isola como o principal destino do café exportado do Brasil. Abaixo, confira uma tabela com os principais países europeus que mais consomem café nacional.
1 | Alemanha |
2 | Itália |
3 | Bélgica |
4 | França |
5 | Portugal |
História da Exportação de Café com os Europeus
De acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – Cecafé, a partir do ano de 1806 as exportações de café estavam na casa de 80 mil arrobas, aproximadamente 20 mil sacas. A expansão dos cafezais atraiu imigrantes italianos, espanhóis, portugueses e japoneses para trabalhar na colheita do grão.
As divisas oriundas das lavouras cafeeiras aceleraram o desenvolvimento urbano nacional, sobretudo do Estado de São Paulo, com o surgimento de novas linhas ferroviárias e ramais secundários para escoar o café do interior ao Porto de Santos.
Na França, o café foi introduzido por Thévenot em 1657, tornando-se logo um hábito na corte de Luís XIV. Em seguida apareceu em Londres, Inglaterra, a primeira casa de café.
Berlim, Alemanha, teve seu primeiro café público em 1752, embora se admita que Hamburgo, também na Alemanha, lhe precedesse. Os holandeses, em fins do século XVII, levaram mudas de cafeeiros para a Malásia.
Acredita-se que a Holanda foi responsável pela primeira muda de café plantada na América do Sul, pois os holandeses eram dominantes no território de Suriname.
Nos primeiros 30 anos deste século, foram enviadas do Jardin des Plantes de Paris mudas de cafeeiros para a Martinica, cujas plantações se disseminaram pelas Antilhas e América do Sul.
Conhecendo o Mercado Europeu
Para entender melhor como exportar café para Europa, é necessário entender o mercado, ou seja, o seu público-alvo. Confira abaixo as principais características dos grandes importadores de café no continente europeu.
- PORTUGAL e ESPANHA: Portugal e Espanha, além de dividirem boa parte da Península Ibérica, também são alvos de grandes exportações do grão, mesmo não sendo nem top-3 do ranking de importadores europeus. Isso se deve ao fato da proximidade linguística e cultural de ambos os países com o território brasileiro.
- BÉLGICA: Na quinta posição do ranking temos a Bélgica, que movimenta cerca de US$302,24 milhões FOB anuais. No entanto, na mesma linha de importação da Alemanha, a busca pelo grão do café é predominante. Além dos dados mencionados acima, a capital da Bélgica, Bruxelas, foi usada como sede para o Acordo Mercosul – UE, em junho, o termo beneficia as exportações de café brasileiro para o continente europeu, tornando os produtos nacionais mais fortes e competitivos.
- FRANÇA: Conhecidos pela refinada gastronomia, pela belíssima cidade de Paris, e claro, por suas riquezas culturais. Além destas características, os franceses são grandes amantes do café brasileiro. Os Coffe Lovers, como são conhecidos os amantes do café, desfrutam muito do casamento entre os doces e o café. O grão Arábica se destaca entre os grãos mais utilizados pelos franceses, um outro aliado é o Café Acaiá, por possuir um aroma leve e adocicado.
- ITÁLIA: Os italianos são considerados os maiores consumidores globais de café feito em máquina, dispondo de aproximadamente 800 mil máquinas de café por todo seu território. Neste cenário, o mercado italiano abre espaço para a entrada tanto de café solúvel, quanto de grãos para a produção nacional. O país gera anualmente cerca de U$S 466,62 milhões FOB. A Itália se firmou como terceira colocada do ranking mundial de importadores do café brasileiro, atrás dos Estados Unidos e Alemanha.
Grãos Mais Importados por Europeus
As preferências dos europeus, em grande maioria são por grãos nacionais, mas também abrem espaço para o café solúvel. Entre os grãos mais exportados para a União Europeia estão:
Café Arábica
Este que, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – Cecafé, é o grão mais exportado do país, representando cerca de 87,2% do total vendido.
O Sul de Minas é a maior região produtora de cafés Arábica do Brasil. Tem altitudes entre 850m e 1.250m e temperatura média anual entre 22 e 24°C.
Café Bourbon
Com notas que lembram o sabor do caramelo, o café Bourbon é uma das variedades mais conhecidas no mundo. Derivado do grão Arábica, o café é muito popular fora do país. Possui um aroma marcante e um sabor inesquecível.
Atualmente, a variedade é altamente cultivada no país, em especial na região cafeeira do Cerrado Mineiro. O grão costuma ser produzido em solos com altitude acima de 800 metros e não é uma das variedades mais produtivas, pois seus frutos possuem tamanho menor se comparado às cultivares Mundo Novo. Porém, uma das grandes vantagens do Bourbon é que o café ganha em aroma, sabor e qualidade.
Café Acaiá
O café Acaiá é um dos mais produzidos no Brasil. Em tupi-guarani, Acaiá significa “frutos com sementes grandes”.
Por sua vez, possui um sabor leve e achocolatado, além de uma dose média de acidez. Hoje, as principais linhagens de Acaiá são nomeadas por sufixos identificadores e cultivadas em todo o país, com destaque para a região Sul de Minas Gerais. O Varietal também é cultivado em áreas de cerrado, nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
Meios de Transporte para Exportar Café para Europa
Como exportar café para Europa é um questionamento que pode se dividir em diversas sub-perguntas, por exemplo: qual o melhor transporte para a exportação?
O meio de transporte mais utilizado pelos produtores e exportadores, são os navios. Normalmente, por via marítima a carga é levada dentro de contêineres até seu destino final. Além de proporcionar uma entrega dentro do prazo estabelecido pelos envolvidos na negociação, o transporte oferece um bom custo-benefício em relação ao transporte aéreo, que por seu alto custo é usado apenas em casos pontuais.
Algumas situações que proporcionam o transporte aéreo acontecem por conta da ausência do transporte marítimo. Esse ocorrido acontece devido a alta concentração de contêineres e navios em países da primeira prateleira do ranking de exportação cafeeira, como os Estados Unidos, por exemplo.
Combine os Termos de Entrega da Importação
Segundo o TimeVision, antes de estabelecer um termo de venda, combine com seu comprador as cláusulas de importação (também conhecidas como incoterms : termos comerciais internacionais). O tempo de entrega estabelecido geralmente parte da preferência do comprador em grande maioria, são utilizados o Free On Board (FOB) ou o Cost, Insurance and Freight (CIF).
FOB significa que o comprador paga pelo frete e seguro e assume a propriedade da carga no ponto de partida do porto do fornecedor. Se as mercadorias forem danificadas durante o transporte, o comprador ou uma eventual seguradora podem ser responsabilizados.
Desta forma, este contrato de importação é frequentemente recomendado, pois libera você, como exportador, de arcar com os custos e responsabilidades dos processos de embarque e importação.
Sob um prazo de entrega CIF, o vendedor assume os custos de envio e seguro, e é responsável por qualquer perda ou danos aos grãos de café durante o transporte. Dessa forma, o vendedor deve adquirir documentos específicos, como licenças de exportação e seguros, e arcar com os custos de inspeção. Uma vez que o frete é carregado no porto de chegada escolhido pelo comprador, o comprador torna-se responsável.
O CIF pode ser mais caro e arriscado para você como exportador do que o FOB. Embora o CIF geralmente não seja recomendado, ele também tem suas vantagens. É um serviço para o seu comprador, pois você coordena o envio e assume mais riscos. Se decidir enviar nos termos CIF, você poderá cobrar mais por seus produtos em termos relativos, pois também está fornecendo este serviço ao comprador.
Custo e Frete (CFR) significa que o exportador é responsável por contratar e pagar pelo transporte até o porto de destino do comprador. A diferença entre o CIF e o CFR é que no caso do CFR o comprador paga pelo seguro, embora o exportador ainda possa ser responsável por qualquer deterioração decorrente do transporte se o café não tiver sido devidamente embalado.
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